Após uma breve parada de cerca de 40 minutos para alimentação todos retornam ao transporte a a viagem recomeça. Nova onda de euforia toma conta do transporte e a cantoria é algo inevitável, por cerca de 1 hora, quando novamente os efeitos de um dia cansativo tomam conta de parte dos passageiros que voltam a adormecer.
Neste momento, alguns passageiros que se instalaram na frente do veículo já estão no fundo conversando e cantando com os demais, afinal não era uma regra que as pessoas ficassem sentadas em seus lugares. Nesse cerara surge uma personagem que não saíra mais da lembrança dos passageiros do veículo, tão pouco dos hospedes do quarto 06. Uma garota, que ao entrar no ônibus estava acompanhada de uma amiga e mais algumas pessoas – que ironicamente, ou não, as chamavam de maldosa e perversa – sentou-se no primeiro, isso mesmo, no primeiro local do veículo, foi parar na última poltrona do veículo após a parada para alimentação.
Após alguns minutos de calmaria com a luz acesa, essa foi desativada para que os passageiros pudessem dormir com maior conforto. Os passageiros, quase em sua totalidade, entenderam o objetivo do apagar de luzes e trataram de adormecer. Alguns passageiros, dois para ser mais exato (um deles aquela menina que era chamada de maldosa ou pervertida) aproveitaram o momento de silêncio e aparente tranquilidade para saciar sua libido. Um rapaz, que não foi identificado, e essa moça fornicavam ao fundo do transporte, com o cuidado suficiente para não acordar as demais pessoas.
Insatisfeitos com tal fornicação e exitados de tamanha forma que não se aguentaram e começaram uma relação sexual ali mesmo, na poltrona do veículo, acompanhados do sono profundo dos demais passageiros. As poltronas eram dispostas de duas em duas, com um braço no meio – para apoio – mas que tinha a opção de ser retirado para que se tornasse uma grande poltrona. Sabendo dessa possibilidade, os fornicadores recolheram o braço separador das poltrona e se posicionaram para o ato.
O rapaz posicionou-se de forma que ficou sentado na no centro das duas poltronas, enquanto a moça, suave e amavelmente fazia leves movimento de sobe e desce sobre seu membro. O que eles não esperavam, mas que não era imprevisível era que a libido e excitação fosse aumentando ao passo que o estase seria tanto que a suavidade seria substituída por uma leve brutalidade. A euforia ia aumentando e a brutalidade também, de forma que a moça batia a cabeça no tento do veículo, resultado dos movimentos cada vez mais ardentes.
O que o feliz casal não sabia era que uma passageira sentada logo na segunda ou terceira fileira de poltronas tinha o sono leve, e uma buzina vinda do lado de fora a perturbou e a acordou. Ao perceber que estava mal colocada na poltrona, ergueu a cabeça para começa a se posicionar da melhor forma. Ao perceber o movimento realizado pelo casal ao fundo tratou de acordar alguns dos demais passageiros para certificar-se de que não era apenas um sonho. Todos ficaram acompanhando o momento de descontração do casal fornicador.
Ao perceber que as pessoas a sua volta poderiam acordar – meio tarde para isso – os feliz casal deu por encerrada a relação sexual, de modo que como se nada tivesse acontecido sentaram-se cada um em uma poltrona e foram dormir.
O local do descanso foi alcançado, ao desembarcar o assunto que tomava conta de todos era descobrir que tinha dado no veículo. Um murmurinho se instalou entre cinco ou sei pessoas até que uma delas estica o braço na direção de uma das garotas e disse:
-é aquela, ela que deu no bus!
Aqueles que ouviram tal comentário fizeram um som de surpresa (Ohhhhh) e estabeleceram um apelido, um pseudônimo para a moça. Nasceu assim a “Deu no Bus”. Uma lenda entre os viajantes. Ninguém poderia afirmar com certeza que aquela que foi apontada era a “Deu no Bus”. Sem nome, sem rosto, impossível de ser identificada. É assim que nasce uma lenda.